Publicado por: Fúlvio Stelli | 2 de março de 2009

Reciclagem Tecnologica.

Tratamento dos resíduos tecnológicos do descarte de computadores e seus periféricos de forma ambientalmente correta.

Apresentação.

Este documento vem apresentarum novo método de trabalho que consiste na reciclagem dos equipamentos tecnológicos digitais e seus periféricos de forma plenamente executável por meio da “ Manufatura Inversa”sistemaque resultaem geração de emprego e renda tendo como resultado natural a preservação ambiental.

Devido a sua característica inovadora necessita de apoio e parcerias para seu desenvolvimento pleno, no primeiro estagio de implantação, porem é auto-sustentável em pouco tempo.

Mais que uma tendência de mercado, o destino dos equipamentos eletroeletrônicos e digitais de forma final e ambientalmente correta é cobrado como parte da responsabilidade das empresas de forma social e ambiental. A máxima “Do Berço ao Tumulo” ainda é apenas uma proposta que poucas empresas adotaram, mas de fundamental necessidade para o futuro. Em vez de serem encaminhados para os aterros sanitários ou simplesmente abandonados no meio ambiente, estes equipamentos necessitarão ser re-trabalhados, daí a visão de um novo nicho de mercado, a terceirização deste serviço será certamente uma fonte de geração novas tecnologias, empregos e capital num futuro próximo.

Para se dimensionar o tamanho da perspectiva deste mercado, um estudodesenvolvido pela Universidade da ONU na China, gerou o Projeto StEP , que dentre outras diretrizes orienta a que sede maior vida útil aos equipamentos passiveis de utilização e que sejam montados com partes ainda operantes encontradas no desmanche do descarte. Neste nosso projeto promovemos a inclusão digital por meio da venda de computadores a baixo custo, utilizando peças de vários computadores para a montagem de uma nova maquina, atendendo uma necessidadede acesso a inclusão digital pela população de baixa renda.

A proposta deste projeto, que já se encontra em plena atividade, é atender a necessidade de destinação dos rejeitos tecnológicos na cidade de Manaus, em parceria com a Coleta Seletiva da Prefeitura, receber os resíduos das assistências técnica de informática, escolas, faculdades, órgãos públicos e receber o SCRAP Digital industrial. A destinação final ocorre por meio da parceria com empresas recicladoras de Plástico, Metais e Fundição de Metais Preciosos

Atenciosamente.

Fúlvio Stelli

O que é a Reciclagem Digital.

É um processo que decompõe as várias partes dos equipamentos digitais sejam eles computadores, Notebook, Palmtop, impressoras, placas de vários usos em informática, cabos, teclados, roteadores, estabilizadores de energia, Notbreak. Também outros equipamentos tecnológicos digitais como aparelhos celulares, tocador de MP3/4/5, câmeras fotográficas e filmadoras, GPS, computadores de bordo de veículos e outros equipamentos enquadrados nesta mesma categoria tecnológica.

Estes equipamentos são recebidos e separados por tipo, contados e catalogados. Inicia-se o processo conforme o que determina o programa StEP da ONU. Em nosso laboratório os componentes de informática são testados para verificar se ainda tem condições de uso, e separados dos inservíveis.Este processo somente se aplica a classe “Informática”.

Os demais aparelhos como celulares, câmeras etc., entram diretamente na descaracterização, assim como os de informática inservíveis. A descaracterização é a decomposição dos equipamentos em sua totalidade. São desmanchados e separados, Plásticos em seus vários tipos, metais em suas várias formas como: cabos, parafusos, placas, travas, barras, etc., placas de circuito impresso dos vários tipos. Todos estes produtos recebem nova triagem para uma ultima descontaminação (limpeza de impurezas). Agora recebem tratamento por peso, uma vez que se encontram prontas para o envio às empresas recicladoras. Dados são coletados para um registro estatístico. Os componentes de informática passiveis de uso recebem registro para acompanhamento de sua vida útil em sua nova fase pós reciclagem.

O objetivo desta ação é o acompanhamento estatístico da capacidade produtiva de recuperação de equipamentos e a destinação ambientalmente correta, possibilitando a que tenhamos parâmetros de aproveitamento de matéria prima já processada e quantidade de equipamentos recuperados. Esperamos contribuir para mudanças do processo: explorar— produzir—consumir– descartar, para uma nova perspectiva: explorar —produzir — consumir — reutilizar — reaproveitar – reciclar – destinar finalmente de forma correta. Para alcançar maior amplitude desta proposta mantemos um espaço para escolas de Ensino Superior firmar parceria com a TCG da Amazônia no desenvolvimento deestudos na busca de novas alternativas de reaproveitamento destes resíduos.

Como e feito o tratamento e destinação.

Todo o processo é manual, o desmanche obedece a uma sistemática de obtenção do Maximo Aproveitamento, parafusos, arruelas, pequenas molas, teclas, conectores, as menores peças, passam por uma descontaminação, como exemplo os plásticos, são limpos de agregados metálicos, adesivos ou outro tipo de plástico que componha a peça. Todos os itens recebem a mesma atenção e destinação; são identificados por tipo, acondicionados e separados em “Commodity” uma vez que após este processo adquire uma nova característica, matéria prima com destinação ambientalmente correta.

Como exemplo em um componente muito comum em todos os computadores, a “FONTE” não importando o modelo,AT ou ATX, pode encontrar vários tipos de materiais que, recuperados para a reciclagem, apresentam números que nos permitem dimensionar a relevância do desperdício que apenas em uma peça pode ocorrer.

Devido a seu tamanho reduzido e seus componentes não chamarem a atenção, encontramos o seguinte resultado:Dados levantados em 16 de agosto de 2007

Equipamento: Fonte alimentadora de computador AT e ATX

Material

Descrição

Gramas encontradas na peça

Quantidade

peças

Total

Gramas

Total

Kg

Cobre

Fios varias bitolas

50

460

23000

23

Alumínio

Placas e perfis

80

460

36800

36,8

Fios

Outros metais

150

460

69000

69

Total Kg

128,8

O lote acima contendo 460 unidades foi retirado em uma única assistência técnica na cidade de Manaus, as Fontes encontravam-se armazenadas em local aberto, enferrujando e poluindo, pós-tratamento na oficina de desmanche, foi encaminhado para reaproveitamento:

23 quilogramas de Cobre

36,800 quilogramas de Alumínio

69 quilogramas de outros metais

Este demonstrativo exemplifica o quanto esta atividade pode resultar, 128.8 quilogramas de matéria prima encaminhadas para reciclagem. Um novo ciclo de produtos e economia para o meio ambiente. Anualmente são vendidos milhares de computadores no Brasil, nossa proposta é programar ações educativas e empreendedoras para multiplicar este sistema de tratamento de descarte tecnológico em todos os municípios do Brasil em parceria com a iniciativa privada.

Nossa proposta é preencher uma lacuna existente na área de reciclagem, possibilitar a que pessoas de baixa renda possam adquirir computadores a preço muito baixo e multiplicar esta experiência minimizando o desperdício de matéria prima, a contaminação do solo por metais pesados e promover a inclusão digital. Estamos desenvolvendo metodologias e procedimentos para que em pouco tempo possamos sugerir “Políticas Publicas” ao governo com o intuito de colocar os procedimentos por nós desenvolvidos, juntamente aos apreendidos com a parceria que estamos iniciando a formalizar com a ONU por meio do PENUD BR – Projeto StEP, desenvolvido pela Universidade da ONU na China, encabeçado pelo Reitor Dr. Hans Van Ginkel coordenador do projeto.

A Comunidade dos países Europeus já adotou leis para a adequação deste sistema de responsabilidade quanto ao descarte dos equipamentos digitais. As empresas Microsoft, DEL e IBM já adotaram procedimentos para receber seus equipamentos digitais para destinação final. Esperamos que esta iniciativa encontre apoio e eco aqui em Manaus, bem como em todo o Brasil, uma vez que pretendemos replicar o sistema em todas as cidades que já se pratique a Coleta Seletiva.

Na seqüência deste documento acrescentamos dados para entender sobre o problema, compilados de pesquisa efetivada pela Sra.Ângela Cássia Rodrigues – Especialista em Meio ambiente e Sociedade pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Consultora da área de Meio ambiente. Especialista em Meio ambiente e Sociedade (Escola Pós-Graduada de Ciências Sociais- fundação Escola de Sociologia e política de SP). Tecnóloga de Construção Civil (FATEC/UNESP).

Link:http://www.sfiec.org.br/iel/bolsaderesiduos/Artigos/Artigo_Equi_Elet_elet.pdf

Sistemática do trabalho.

Apresentamos a seguir dados sobre a aplicação do sistema implantado pelaReciclagem Digital.

Fluxograma de atividades operacionais.

Imagem 1

Imagem 1

 

01 – CAPTAÇÃO DE MATERIAIS.

Visita, a empresas, comercio, assistência técnica – Telemarketing – Campanhas – Parcerias com Prefeitura * coleta seletiva – catadores e entidades filantrópicas.

02 – AVALIAÇÃO

Visita de avaliação –Negociação – Fechamento.

03 – PROCESSAMENTO

Registro de coleta – Coleta – Descarga– Pesagem – Registro de entrada – Certificação.

04 – SEPARAÇÃO – Distribuição – Encaminhamento > Registro >>Laboratório > Placa > Monitor > HD > Montagem de Kit Inclusão Digital – Destinação.

05 – DESTINAÇÃO FINAL

A – Recicladoras

Plástico-Metais-Informática Inservível

B – Loja *venda de:

Peças – Kits – Lotes – Promoção de Troca – Computadores montados.

C – Inclusão Digital – Doação de computadores para escolas, igrejas, templos e entidades de educação de jovens e adultos.

O objetivo deste orientador é possibilitar a que, ao ser implantado um novo núcleo de tratamento, as várias etapas do processo sejam conhecidas. Muito embora dependendo do fluxo e do Layout do local de aplicação dos trabalhos ocorram mudanças esperamos contribuir para que o pleno desenvolvimento das atividades ocorra de forma rápida, econômica e funcional.

Basicamente este manual pretende atingir às Prefeituras auxiliando-as a agregar à coleta seletiva o material DIGITAL, isto pôr meio de convenio com alguma entidade, como de catadores de recicláveis abrindo uma nova atividade na reciclagem de rejeitos. Cabendo uma Lei Municipal que normatize o descarte destes equipamentos pela indústria, comercio, escolas, faculdades, e população.Lembrando que, pôr ser uma proposta de inclusão social deva-se levar em conta a contratação de pessoas com necessidades especiais.

O Laboratório — Loja

A sustentabilidade do projeto é gerada na venda dos produtos recicláveis e principalmente pela “Loja de Inclusão Digital” que funciona como atrativo e propagador da ação de descarte ambientalmente correto. Elevando a percepção dos usuários de computadores e seus periféricos a estarem participando de um projeto sócio-ambiental que levará de forma muito mais rápida a inclusão de muitos jovens ao mundo digital, formando mão de obra qualificada e com acesso aos equipamentos necessários para tal.

 

 

A seguir o esquema apresenta o fluxo completo da operação no núcleo de tratamento, desde divulgação dos serviços por meio de visitas aos locais onde há equipamentos digitais, a captação do material é agendada ou imediata quando feita por rota de coleta seletiva, catadores ou PEV. Daí o processo é interno e segue um roteiro simples onde é feito o registro estatístico do desenvolvimento das quantidades processadas e destinadas.

O sistema se caracteriza eficaz, quando desde a coleta são seguidos procedimentos cuidadosos no trato dos materiais, pois quando manuseados como simples rejeito as perdas são substanciais. Portanto, as diretrizes adotadas são as seguintes: a coleta é efetuada em veiculo com carroceria BAÚ, os materiais são acondicionados conforme a necessidade em, BIGBAG, caixas plásticas ou de papelão (material solto) como placas, peças e componentes, já gabinetes, monitores, impressoras e aparelhos montados ou parcialmente desmontados são acondicionados de forma a não serem danificados. No processo de descarga, inicia-se o programa interno, buscando-se separar os materiais em lotes por tipo numa primeira etapa da separação. Terminada a descarga, procede-se a separação dos materiais de forma criteriosa e seu registro quantitativo. Placas, componentes, gabinetes que contenham placa mãe e outros componentes, Notbreak, estabilizadores em fim peças que irão para o laboratório para análise. Os outros materiais resultantes da separação, como gabinetes danificados, material parcialmente desmontado, notbreak desmontadas, caixas de som, roteadores, Switt, Driver de Disket, CD, DVD restos de placas danificadas ou quebradas, etc., são colocados em lote e preparados para a descaracterização. Desta maneira o trabalho de decomposição por tipo, torna muito mais fácil o acondicionamento nos “Commodities” dos materiais resultantes como matéria prima para reciclagem.

fluxo1

O Trabalho de DESCARACTERIZAÇÃO.

Layout da área de trabalho da bancada de desmanche.

manufatura

De acordo com o Layout acima, adotamos o seguinte procedimento:

A descaracterização e desmontagem dos equipamentos digitais seguem um padrão cujo objetivo é maximizar o aproveitamento de todos os recursos empregados. As ferramentas para aquela tarefasão ofertadas para a equipe de forma a que todos possam desmontar cada peça inteiramente, tornando eficiente sua ação. A objetividade para o esgotamento do montante daquele tipo de equipamento, que compõe o lote, é conseguida pela ação do alimentador que não só abastece a bancada com o que será desmontado, como também recolhe e acondiciona os vários tipos de materiais em seus respectivos recipientes. Observando neste momento se ainda há necessidade de correção de falha no processo de descontaminação, como a existência de impurezas que contaminem aquela matéria-prima. Observe-se que para cada tipo de material há uma determinação para que se enquadre como material reciclável é necessário que esteja em conformidade com as condições determinadas pelo RECICLADOR FINAL do produto. Por exemplo, podemos citar o plástico que deve estar isento de adesivos, componentes metálicos e estar separado por tipo, PS, PP, ABS, PVC Flexível, etc. Em um teclado encontramos até 3 tipos de plástico diferentes, e estando separados por tipo obtemos um preço melhor, o mesmo ocorre com outros materiais.

A Comercialização.

As empresas de reciclagem dos vários tipos de materiais preferem obter material em grande quantidade. Principalmente já limpo e classificado. Portanto busca-se com o sistema acima citado, esgotar rapidamenteo grande volume que os componentes ocupam quando de sua chegada ao local da oficina, liberando-se espaço na área de armazenagem para o recebimento de mais lotes. Uma vez que os materiais resultantes da separação estejam devidamente acondicionados em Caixas identificadas ou Bigbag, pode-se fazer a venda rapidamente,facilitando sua pesagem e identificação de conteúdo. Quando os compradores encontram os materiais descontaminados e classificados há melhoria de preço, podendo ocorrer leilão para aquisição do material quando houver compradores em quantidade.

Este setor é gerado a partir do laboratório, que tem as seguintes importantes funções:

1— Verificar todo o material recebido, buscando detectar as placas e componentes de informática em bom estado de uso.

2— Aproveitar estes materiais para a montagem de novos equipamentos para venda a população de baixa renda, manter estoque de reposição de peças para computadores possibilitando a que pessoas ou técnicos possam fazer a manutenção de maquinas a baixio custo. Colaborando com o Projeto StEP da ONU. *dar maior vida aos computadores retardando seu descarte.

3— Abastecer a Loja com equipamentos em condições de uso pleno pôr um tempo suficiente para a inclusão digital de novos usuários de informática.

*Ressaltamos que: após a inclusão digital, estaremos gerando mais um usuário deinformática e sua inclusão no mercado de trabalho. Obviamente sua evolução social possibilitará a que venha a adquirir em futuro próximo equipamento mais atualizado e com maiores recursos. Dando continuidade a geração de novos descartes.

Com um olhar ampliado verificamos que alem dos rejeitos de informática já mencionados há a expansão do mercado de placas de informática gerada pêlos novos equipamentos tecnológicos como: automação automobilística, no controle de equipamentos de gerenciamento residencial, celulares, automação aérea e equipamentos de lazer digitais como Ipod, DVD portátil, Telas de LCD e OILED, etc.

O sistema que propomos absorve todas estas possibilidades. Há um novo caminho a ser percorrido na reciclagem digital.

Para entender o problema.

Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos

Ângela Cássia Rodrigues

Entre os resíduos sólidos urbanos produzidos há um tipo específico, que merece nossa atenção, os resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos ao fim de seu ciclo de vida , também denominados resíduos tecnológicos.

O que seriam os equipamentos elétricos e eletrônicos? Televisores, rádios, telefones celulares, eletrodomésticos portáteis, todos equipamentos de microinformática, vídeos, filmadoras, ferramentas elétricas, DVD’S, lâmpadas fluorescentes, brinquedos eletrônicos e milhares de outros produtos concebidos para facilitar a vida moderna e que atualmente são praticamente descartáveis uma vez que ficam tecnologicamente ultrapassados em prazos de tempo cada vez mais curtos ou então devido à inviabilidade econômica de conserto, em comparação com aparelhos novos. Aos produtores interessa vender cada vez mais, seja através do atrativo de novas funções ou design moderno, seja através da flagrante redução do ciclo de vida desses produtos. O conserto dos mesmos também é dificultado através da não disponibilização pela indústria, de peças de reposição ou então quando são disponibilizadas, seu custo é incompatível com a viabilidade econômica do reparo.

Não temos idéia do número de aparelhos obsoletos ou danificados, estocados nas residências, aguardando uma oportunidade de descarte adequada. Fica-se no dilema: será que um dia será possível o seu conserto, ou então: aonde devo jogar isto – no lixo comum? Um artigo publicado no dia 08/03/2004 no site da BBCBrasil.com, traz informações sobre uma pesquisa realizada por um grupo ligado à ONU, que defende o aumento dos esforços para evitar os danos ambientais causados por computadores e seus acessórios: “Para a fabricação de cada microcomputador, são necessários dez vezes o seu peso em produtos químicos e combustíveis fósseis, afirma o estudo preparado pela Universidade da ONU.

A curta vida útil dos equipamentos de informática resulta em montanhas de resíduos. Esses resíduos são reciclados ou despejados em grandes depósitos de lixo nos países em desenvolvimento, trazendo risco à saúde das populações que vivem nas proximidades, segundo a pesquisa.” (Tim Hirsch, BBCBRASIL.com, 08/03/2004) Segundo Relatório de Estudos apresentados ao Parlamento Europeu , em 1998 foram produzidos nos países da União Européia cerca de 6 milhões de toneladas de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (4% do fluxo de resíduos urbanos) e prevê-se que o volume aumentará pelo menos 3 a 5% ao ano. Isto significa que, dentro de cinco anos, serão produzidos de 16 a 28% de REEE e que este valor duplicará em 12 anos.

Riscos envolvidos

Os REEE (REsíduos de EletroEletrônicos) contêm, em sua maioria, substâncias perigosas e o não aproveitamento de seus resíduos, representa também um desperdício de recursos naturais não renováveis. Sua disposição no solo em aterros ou lixões, assim como os pneumáticos, as pilhas e baterias e as lâmpadas fluorescentes, são igualmente prejudiciais à segurança e saúde do meio ambiente.

O processo de reciclagem desses produtos é complexo e requer a utilização de tecnologias avançadas, devido a diversidade de materiais de sua composição e à periculosidade das substâncias tóxicas.

Os produtos elétricos e eletrônicos, em geral possuem vários módulos básicos. Os módulos básicos comuns a esses produtos são conjuntos/placas de circuitos impressos, cabos, cordões e fios, plásticos antichama, comutadores e disjuntores de mercúrio, equipamentos de visualização, como telas de tubos catódicos e telas de cristais líquidos, pilhas e acumuladores, meios de armazenamento de dados, dispositivos luminosos, condensadores, resistências e relês, sensores e conectores.

As substâncias mais problemáticas do ponto de vista ambiental presentes nestes componentes são os metais pesados, como o mercúrio, chumbo, cádmio e cromo, gases de efeito estufa, as substâncias halogenadas, como os clorofluorocarbonetos (CFC), bifenilas policloradas (PCBs), cloreto de polivinila (PVC). E retardadores de chama bromados, bem como o amianto e o arsênio 8 (in Waste from electrical and electronic products – a survey of the contents of materials and hazardous substances in electric and electronic products – 1995 Conselho Nórdico de Ministros.)

De acordo com WWI-Worldwatch Institute / UMA-Universidade Livre da Mata Atlântica (2001), as indústrias de alta tecnologia, como as de computadores e eletrônica, também se globalizaram nos anos recentes. A despeito de sua reputação inicial relativamente “limpa”, essas indústrias representam hoje um custo extremamente pesado para o meio ambiente. O setor de semicondutores utiliza centenas de produtos químicos, inclusive arsênico, benzeno e cromo, todos reconhecidamente cancerígenos. Mais da metade de todo o setor de manufatura e montagem de computadores – processos intensivos no uso de ácidos, solventes e gases tóxicos – está hoje localizada em países em desenvolvimento, conforme a Coalizão de Tóxicos do Vale do Silício, sediada em San José, na Califórnia.(A Globalização Pressiona a saúde do Planeta http://www.wwiuma.org.br)

Apresentamos abaixo informações sobre algumas das substâncias que podem ser encontradas nos Equipamentos eletroeletrônicos e seus prejuízos à saúde. (informações extraídas do Relatório de Estudos de apresentação das propostas das Diretivas 2002/96/CE e 2002/95/CE pela Comissão das Comunidades Européias em 13/06/2000 ao Parlamento Europeu).

Substancia Utilizada em Prejuízos aos Seres Vivos

CHUMBO Soldagem de placas de circuitos impressos, o vidro dos tubos de raios catódicos, a solda e o vidro das lâmpadas elétricas e fluorescentes. Danos nos sistemas nervosos central e periférico dos seres humanos. Foram também observados efeitos no sistema endócrino. Além disso, o chumbo pode ter efeitos negativos no sistema circulatório e nos rins.

MERCÚRIO Termostatos, sensores, relês e interruptores (por exemplo, em placas de circuitos impressos e em equipamento de medição e lâmpadas de descarga) equipamentos médicos, transmissão de dados, telecomunicações e telefones celulares. Só na União Européia são utilizadas 300 toneladas de mercúrio em sensores de presença. Estima-se que 22% do mercúrio consumido anualmente seja utilizado em equipamentos elétricos e eletrônicos. O mercúrio inorgânico disperso na água é transformado em metilmercúrio nos sedimentos depositados no fundo. O metilmercúrio acumula-se facilmente nos organismos vivos e concentra-se através da cadeia alimentar pela via dos peixes. O metilmercúrio provoca efeitos crônicos e causa danos no cérebro.

CÁDMIO Em placas de circuitos impressos, o cádmio está presente em determinados componentes, como resistências de chips SMD, semicondutores e detectores de infravermelhos. Os tubos de raios catódicos mais antigos contêm cádmio. Além disso, o cádmio tem sido utilizado como estabilizador em PVC. Os compostos de cádmio são classificados como tóxicos e com risco de efeitos irreversíveis à saúde humana. O cádmio e os compostos de cádmio acumulam-se no corpo humano, especialmente nos rins, podendo vir a deteriorá-los, com o tempo. O cádmio é absorvido por meio da respiração, mas também pode ser ingerido nos alimentos. Em caso de exposição prolongada, o cloreto de cádmio pode causar câncer e apresenta um risco de efeitos cumulativos no ambiente devido à sua toxicidade aguda e crônica.

PBB e PBDE retardadores de chama bromados – PBB e os éteres difenílicos polibromados – PBDE) Regularmente incorporados em produtos eletrônicos, como forma de assegurar uma proteção contra a inflamabilidade, o que constitui a principal utilização destas substâncias. A sua utilização faz-se sobretudo em quatro aplicações: placas de circuitos impressos, componentes como conectores, coberturas de plástico e cabos. Os 5-BDE, 8-BDE e 10-BDE são principalmente usados nas placas de circuitos impressos, nas coberturas de plástico dos televisores, componentes (como os conectores) e nos eletrodomésticos de cozinha. Sua liberação para o ambiente se dá no processo de reciclagem dos plásticos componentes dos equipamentos. São desreguladores endócrinos. Uma vez libertados no ambiente, os PBB podem atingir a cadeia alimentar, onde se concentram. Foram detectados PBB em peixes de várias regiões. A ingestão de peixe é um meio de transferência de PBB para os mamíferos e as aves. Não foi registrada qualquer assimilação nem degradação dos PBB pelas plantas.

Verificam-se efeitos ambientais negativos durante a deposição destes resíduos em aterro. Verifica-se potencialmente a lixiviação dos poluentes supramencionados eliminados com os resíduos urbanos em condições de entrada de água da chuva, bem como de vários processos químicos e físicos. Seria possível minimizar os impactos significativos se os REEE fossem depositados em aterros controlados que respeitassem normas técnicas ambientalmente corretas. A coleta e o tratamento de lixiviados de aterros controlados que respeitam normas técnicas corretas do ponto de vista ambiental, não eliminam completamente a exposição a esta substância nem resolvem todos os problemas. Os aterros mais aperfeiçoados dispõem de sistemas de coleta de lixiviados e de selagem de fundo. Nestes casos, os lixiviados são recolhidos e enviados para instalações de tratamento no local ou para instalações de tratamento de esgotos urbanos. No pior dos casos, os metais pesados poderão perturbar o processo de depuração, mas, de qualquer modo, esses metais acabarão principalmente nas lamas de depuração e em quantidades pequenas, mas incontroláveis, nas águas de superfície. Os impactos ambientais são consideravelmente maiores quando os REEE são depositados em aterros não controlados, pois os lixiviados contaminados penetram diretamente no solo e nas águas subterrâneas e superficiais. Os lixiviados contendo os poluentes supramencionados provenientes de aterros não controlados poderão futuramente, contaminar as águas a um nível tal que a sua utilização como água potável seja impossível. Políticas adotadas pela União Européia De acordo com o resultado da pesquisa de experiências de outros países na área de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos, verifica-se a existência de algumas iniciativas visando a gestão adequada desses resíduos, que merecem ser analisadas.

A Comunidade Européia, em função de reflexos negativos, decorrentes do manuseio, reciclagem e disposição de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos, aprovou recentemente duas Diretivas relacionadas ao problema: a Diretiva 2002/96/CE, que estabelece regras disciplinando a gestão adequada desses resíduos, tendo como princípio a responsabilização do poluidor pagador, e a Diretiva 2002/95/CE, relativa à restrição do uso de determinadas substâncias perigosas nos equipamentos elétricos e eletrônicos.A Diretiva 2002/96/CE, prevê a responsabilidade pós-consumo do produtor como forma de incentivar a concepção e produção dos EEE, que contemplem plenamente e facilitem o seu conserto, eventual atualização, reutilização, desmontagem e reciclagem.

Situação no Brasil

No Brasil, país de dimensões continentais, a realidade de geração e impacto desses resíduos não é conhecida; sequer temos uma Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Portanto, é urgente estabelecer-se um debate com a participação ativa de toda a sociedade e, de forma especial, de legisladores e pesquisadores, os quais precisam assumir a responsabilidade de dar o devido encaminhamento ao problema, norteado pelos princípios do desenvolvimento sustentável.

Neste momento são necessários estudos e pesquisas a fim de se diagnosticar a situação

 


Respostas

  1. Olá Fúlvio,

    Encontrei essa reportagem recentemente e estou interessada em saber mais sobre este projeto, como por exemplo o que é necessário para começar a desenvolvê-lo. Sou de Brasília/DF estou querendo implementar algo assim na Escola em que trabalho.
    Obrigada! Márcia Jales

    • Cara Srta. Márcia Jales.

      Desculpe pela demora em responder, um virus infernizou minha Webvida. Caso ainda tenha interesse tenho uma brochura com todos os dados referente a esta atividade desde a legalização para a atividade, com links para as leis, matérias veiculadas sobre, o novo texto da atual Lei de Residuos Solidos, minuta de contrato para parceia e a relação dos maiores compradores este tipo de residuo no Brasil.
      Caso ainda tenha interesse, por favor aguardo seu contato.

      Meu e-mail: fulvioz@msn.com

  2. bOA NOITE, fULVIO. SE AINDA DISPUSER DESSE MATERIAL, TENHO INTERESSE.OBRIGADO.

    • Caro Sr.Sidnei.

      Agradeço pela visita e interesse, enviei para seu e-mail as informações solicitadas.

      Atenciosamente.

    • No manual encontrará todas as informações sobre a atividade de forma detalhada, que já vem sendo praticados na comunidade européia, links para aprofundar o conhecimento em varias fontes, as informações sobre licenças e os links dos órgãos que fiscalizam e determinam os procedimentos, a Lei de Resíduos Sólidos na integra, um modelo de contrato pertinente a atividade para a prestação deste serviço e o mais importante uma lista dos compradores dos materiais resultantes da Manufatura Reversa de equipamentos eletrônicos. Este manual será enviado via e-mail, editado em PDF para seu endereço após confirmação de deposito bancário.
      Valor: 50,00 (cinqüenta reais)
      Dados para deposito:
      Banco: BRADESCO
      Agencia: 2164
      C/C: 0065879-0
      e-mail para comunicação de deposito: fulvioz@msn.com

  3. Olá Fúlvio,
    Sou de Belo Horizonte e gostaria de implantar um projeto parecido na minha cidade, de descarte correto de resíduos tecnológicos. Andei pesquisando e nenhuma entidade faz um trabalho desse tipo aqui. Se possível, gostaria de mais informações sobre essa atividade e outras informações que puder me ajudar.
    Um Abraço,

    Thiago Souza Matos

    • No manual encontrará todas as informações sobre a atividade de forma detalhada, que já vem sendo praticados na comunidade européia, links para aprofundar o conhecimento em varias fontes, as informações sobre licenças e os links dos órgãos que fiscalizam e determinam os procedimentos, a Lei de Resíduos Sólidos na integra, um modelo de contrato pertinente a atividade para a prestação deste serviço e o mais importante uma lista dos compradores dos materiais resultantes da Manufatura Reversa de equipamentos eletrônicos. Este manual será enviado via e-mail, editado em PDF para seu endereço após confirmação de deposito bancário.
      Valor: 50,00 (cinqüenta reais)
      Dados para deposito:
      Banco: BRADESCO
      Agencia: 2164
      C/C: 0065879-0
      e-mail para comunicação de deposito: fulvioz@msn.com

      Solicite seu exemplar: R$ 50,00
      Contato: fulvioz@msn.com

  4. Caro Fulvio,

    Antes de mais quero felicitá-lo pela iniciativa inovadora, ambientalmente sustentável e socialmente responsável.

    Obtive recentemente a licença para a gestão de REEE em PortugaL mas lamentavelmente aqui o estado limita-se a cobrar altas taxas para disponibilizar estas licenças e elevadas multas a quem não cumprir com as leis, abstraindo-se por completo da sua função de informar.

    Li com interesse o seu artigo sobre o descarte dos REEE, e gostaria de aprofundar os meus conhecimentos de como proceder correctamente sobre esta matéria.

    Assim, gostaria de lhe perguntar se o seu manual me dá mais informações neste domínio e como devo proceder para que o possa receber uma vez que me encontro em Portugal como já mencionei.

    Muito obrigado, fico aguardar o seus estimados comentários.

    Um abraço
    Joaquim Ferreira

    o meu e-mail: pdqpor@sapo.pt

    • Caro Jaquim Ferreira.

      Este manual foi feito ar
      No manual encontrará todas as informações sobre a atividade de forma detalhada, que já vem sendo praticados na comunidade européia, links para aprofundar o conhecimento em varias fontes, as informações sobre licenças e os links dos órgãos que fiscalizam e determinam os procedimentos, a Lei de Resíduos Sólidos na integra, um modelo de contrato pertinente a atividade para a prestação deste serviço e o mais importante uma lista dos compradores dos materiais resultantes da Manufatura Reversa de equipamentos eletrônicos. Este manual será enviado via e-mail, editado em PDF para seu endereço após confirmação de deposito bancário.
      Valor: 50,00 (cinqüenta reais)
      Dados para deposito:
      Banco: BRADESCO
      Agencia: 2164
      C/C: 0065879-0
      e-mail para comunicação de deposito: fulvioz@msn.com

      Atenciosamente.
      Fúlvio Stelli.
      Contato: fulvioz@msn.com

  5. Caro Fulvio Stelli,

    Muito obrigado pela sua resposta pronta, mas como disse estou em Portugal e não posso fazer o deposito como solicita.
    Vou informar-me como posso enviar-lhe a quantia em questão, entretanto caso possa sugerir-me outra modalidade de pagamento alternativo agradecia o favor de me informar.

    Logo que tenha alguma informação voltarei ao seu contacto.

    Melhores cumprimentos.
    Joaquim Ferreira

    • Caro Sr. Joaquim Ferreira.

      Espero que tenha sido de utilidade o material que lhe enviei.
      Por favor caso tenha sido de alguma valia gostaria que me informasse o quanto este material pode auxilia-lo. Seu retorno é de muita importância para mim.
      Atenciosamnte.
      Fúlvio Stelli.

  6. Bom trabalho. Agora que está mais evidente o risco do e-lixo, essa consultoria se torna imprenscíndivel.Mas ele só terá êxito de fato se alcançar a coletividade.
    Gostaria de saber se há como colaborar num trabalho sobre e-lixo no Amazonas. Experiências práticas, principalmente, em comunidades.
    OBG.

    • Ola Marcus.
      Obrigado pela visita e pelo comentário, quanto a apoiar um trabalho em Manaus visite o Blog do DESCARTECORRETO: http://descartecorreto.blogspot.com.br/2011/10/o-descarte-correto-parabeniza-manaus.html
      Poderá interagir com este grupo.
      A finalidade de meu trabalho é exatamente difundir está prática por meio do Manual a quem está buscando uma nova atvidade ou para que cooperativas de catadores desenvolvam esta braço da reciclagem.
      Fico à disposição.
      Atenciosamente.
      Fúlvio.


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